A informática é importante na escola?

Se os muros falassem...

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Entre os muros da escola

Logo nas primeiras cenas fiquei em dúvida: se tratava de ficção ou era um documentário. Não só pelo assunto, mas senti que a história do filme parecia tanto com o que acontece nas escolas que fiquei com dúvida.
Os professores foram apresentados de forma clara e sempre dando a entender que eram profissionais experientes, sérios e que já conheciam o local de trabalho. Apenas dois professores eram novos na escola. Os alunos, por sua vez, estavam todos em sala de aula, e foram apresentados como indisciplinados e questionadores. Vejo colegas que se comportam da mesma forma que o professor de filme: raramente se preocupam com a forma em que os alunos estão aprendendo e como estão organizando as informações que estão sendo transmitidas em sala de aula.
O processo de ensino-aprendizagem deve ser baseado no respeito e na confiança. O professor precisa respeitar o aluno para que este sinta confiança e inicie seu processo de aprendizagem. Desta forma as trocas, que são extremamente necessárias para a construção do conhecimento, se intensificam e acontecem. No filme os alunos são avaliados de acordo com suas atitudes não com o que aprenderam. A situação é evidente e fica clara quando em uma reunião os professores discutem sobre como mexer nas notas e atribuir ou retirar pontos dos alunos.
É impossível construir conhecimento sem estar atrelado a uma significação. Se, por exemplo, algum daqueles alunos fosse estimulado a pesquisar sobre um assunto de seu interesse aconteceria uma aprendizagem mais significativa.
Com uma forma tradicional de avaliar e perceber os alunos e suas dificuldades, a escola reproduzia uma forma ortodoxa de tratar os problemas, não procurava soluções efetivas e utilizou a avaliação – que deveria ser utilizada para medir o aprendizado e não as atitudes – como uma salvação para melhorar as atitudes em sala de aula. Não acho adequado punir comportamento com notas. A avaliação deve medir o quanto o aluno aproveita dos conhecimentos que estão sendo transmitidos e a forma com que transforma estes conhecimentos de maneira a utilizá-los em seu dia a dia e não para condicionar as atitudes dentro da sala de aula. Para melhorar as atitudes dos alunos existem outras formas e atribuir ou retirar notas não é a adequada.
Além disso, percebi que os alunos recebiam rótulos e os bons ou maus alunos eram definidos pela forma com que se “comportavam” não por sua aprendizagem. Percebi que os alunos questionavam e tinham um comportamento ruim sempre que a aula ficava desinteressante, contudo quando a aula ficava interessante eles paravam e prestavam atenção no que estava acontecendo. Os alunos estavam sempre tentando chamar atenção do professor ora bagunçando e questionando o professor, ora tentando mostrar o que tinham de melhor. Com o texto do Diário de Anne Frank o professor tentou fazer com que cada um de seus alunos pudesse falar um pouco sobre si, sua vida e, desta forma, expor suas idéias. O professor estava tentando fazer com que os alunos se expressassem, entretanto em suas falas, quando pede que os alunos não falem sobre suas vidas pois ele não quer saber sobre isso deixa claro sua omissão perante a realidade em que a turma está inserida e, principalmente, frente as questões que poderiam ser abordadas para tornar as aulas mais interessantes e convidativas.
Este filme me deixou em estado de choque. Consegui observar o modelo de professor que não quero ser: omisso.
Poucas vezes pude perceber o pano de fundo da sala de aula. Parecia-me fria e com poucas produções feitas pelos alunos. Quando minha atenção foi focada para a produção dos alunos percebi que observavam as fotos e que o professor comentou que iria arrumá-las.

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